segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A um ausente..

Praia da Tocha, 2008

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.


in A um ausente, Carlos Drummond de Andrade

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1 comentário:

Anónimo disse...

A vida muitas vezes deixa-nos com um vazio de nós mesmos. Rodeados de amigos e alegria muitas vezes estamos ausentes destes.
Quantas vezes nos perguntámos? Cheguei até aqui, mas não foi isto que escolhi eu não decidi participar, ninguém me consultou. Como fazer? Rodeado de amigos e sinto-me ausente, o que falta para preencher o caminho que ninguém consultou, se estava disposto a seguir, a fugir a correr ou encontrar a luz ao fundo do túnel que tarda em chegar. Nunca te sintas só de vazio inquetante enche esses espaços de saudade e alegria contagiante. Se feliz.... sempre