sábado, 10 de janeiro de 2009

O lugar...

Covilhã, 2009

Já é noite e o frio
está em tudo que se vê
lá fora ninguém sabe
que por dentro há vazio
porque em todos há um espaço
que por medo não se vê
onde a solidão se esquece
do que o medo não previu

Já é noite e o chão
é mais terra para nascer
a água vai escorrendo
entre as mãos a percorrer
todo o espaço entre a sombra,
entre o espaço que restou
para refazer a vida
no que o medo não matou

mas onde tudo morre tudo pode renascer

Já é dia e a sombra
está em tudo que se vê
lá fora ninguém sabe
o que a luz pode fazer
porque a noite foi tão fria
que não soube acordar
a noite foi tão dura
e difícil de sarar

Já é dia e a luz
está em tudo que se vê
cá dentro não se ouve
o que lá fora faz chover
na cidade que há em ti
encontrei o meu lugar
é em ti que vou ficar

पोर्कुए हा सेम्प्रे उम् अदेउस...


6 comentários:

Unknown disse...

Se te sentes só, sedenta e vulnerável
Porque não matas a sede em palavras minhas
Pois na neve não sou transparente nem adominável
e deixas renascer esse teu brilho das estrelinhas

Vem confessa ao meu ouvido teus receios
pousa as palavras em minhas mãos calejadas
não sinto as tuas lágrimas nem teus rios
que procuram um apoio de amigos nas estradas

Confessa teus medos e receios
aos que te são queridos

Inês disse...

Adoro este teu poema...

Já o tinha lido, mas voltei para repetir a dose!

Beijos *

maré disse...

o lugar

aquele lugar

é sempre onde o olhar se estende

e o coração aquece.

bjs

Inês disse...

Passei para deixar outro beijinho...

Noite serena amiga Joana!

vagabundo disse...

demasiado belo...
demasiado profundo...
demasiado bem construido...
para que possa comentar.

parabéns.

Inês disse...

Joanna

Tenho um pequeno desafio para te propor... vai até ao meu blog e atreve-te!

Beijocas.